segunda-feira, 10 de junho de 2013

SPFC: Balanço do Primeiro Semestre (Numb3rs)





Caros Tricampões Mundiais, contra o Grêmio, em Porto Alegre, na próxima quarta-feira, nosso São Paulo encerrará o primeiro semestre de 2013. Creio que seja o momento adequado para avaliar o desempenho da equipe até aqui, verificar as oportunidades de melhoria, olhar para o segundo semestre e estabelecer os objetivos possíveis de serem alcançados.

Alguns esclarecimentos:

É importante esclarecer que, quando digo “equipe”, me refiro a todos os envolvidos na gestão administrativa / técnica do futebol profissional, assim como, aos jogadores que o compõe.
Obviamente, como o escopo de trabalho e as atribuições são completamente diferentes, avaliarei, de forma separada, porém, correlacionada, Presidência / Diretoria de Futebol, Comissão Técnica e Elenco.

Alguns Números:

Em meu entendimento, não existe “avaliação de performance” sem números que a comprove. Sendo assim, seguem abaixo algumas estatísticas que me ajudarão a comprovar minhas constatações:


Observação: para compor, de forma mais precisa, os números referentes às colunas “% de Aprov”, como o Paulista e a Libertadores são torneios com fases eliminatórias e como o Tri-color chegou até elas, adicionei os resultados destas etapas às tabelas acima.

Agora, sim! Com estas informações em mente, vamos ao que interessa...

Presidência e Diretoria de Futebol

Devido ao modelo de gestão adotado pelo São Paulo, ficam sob responsabilidade da  Presidência e Diretoria de Futebol, as negociações de atletas, tanto no que se refere à compra quanto à venda ou afastamento de jogadores. Desta forma, no início do ano, chegaram:


Lucio (Zagueiro)
Aloisio (Atacante)
Negueba (Atacante)
Carleto (Lateral)
Wallyson (Atacante)
P.H. Ganso (Meia)


Lembrando que Lucas, nosso principal jogador em 2012, expatriado para o PSG, deixou o “Soberano” que, por sua vez, passou a tentar, minimamente, substituí-lo – “minimamente”, pois, como Lucas, existem poucos no mundo. Além disso, também, existiam necessidades, tanto nas laterais quanto na zaga, que, também, deveriam ser solucionadas.

Lúcio chegou e logo assumiu a titularidade. Carleto, após a queda de desempenho de Cortez, também, se firmou. P.H. Ganso, aos poucos, por conta de pressões externas e mudança no esquema tático do time, passou a figurar entre os preferidos de Ney Franco. Quanto aos demais, apenas compuseram elenco. Em particular, Wallyson já foi até dispensado. Transformando em números, nossa Presidência e Diretoria de Futebol tiveram 50% de assertividade em suas escolhas. Um aproveitamento baixíssimo para quem conduz um clube como o São Paulo.

Além disso, podemos afirmar que as limitações no elenco ainda existem, principalmente, nas laterais. Zaga e ataque, também, são motivos de preocupação, afinal, não temos suplentes para Osvaldo e Luís Fabiano e nossos defensores reservas (Edson Silva, Rafael Toloi e Rodholfo) oscilam muito de desempenho. Em resumo, pensando em um campeonato tão longo quanto o Brasileiro, concluo que existe a enorme possibilidade de termos dificuldades ainda maiores. Jogadores se machucarão, outros serão suspensos e alguns servirão, eventualmente, à Seleção e, nestes casos, se não nos reforçarmos entre este mês e o próximo, para continuidade do ano, creio que podemos dizer “adeus”  à busca pelo titulo ou, até mesmo, à uma vaga na Libertadores 2014.

Enfim, novamente, registro aqui minha opinião (para não dizer certeza) de que, caso Juvenal e sua turma, não revejam rapidamente seus conceitos, ou melhor, caso não façam uma auto-avaliação de seus trabalhos, dos resultados obtidos versus as metas definidas, não poderemos ser nem um pouco otimistas para o restante da temporada. Trabalho muito abaixo do esperado.

Comissão Técnica

Ney Franco e sua comissão técnica demoraram a entender que o esquema tático utilizado, até o final de 2012, não poderia ser aplicado após a saída de Lucas. Isto porque não existia (e continua não existindo) outro jogador com as mesmas características no elenco.  Nosso comandante perdeu muito tempo tentando encontrar alguma solução que permitisse a manutenção do 4-3-2-1 e isto prejudicou o entrosamento da equipe.

Em paralelo, considerando os duelos contra times de maior tradição no contexto nacional, os resultados foram pífios. Somamos nove, entre vinte e sete, pontos possíveis. Um aproveitamento de 33%:


Trocando em miúdos, foram oito clássicos, onde conquistamos duas vitórias e três empates. Muito pouco para um “time de ponta” que busca “algo mais”

Entendo que o elenco seja limitado. Por outro lado, entendo que poderíamos ter alcançado performance melhor.  Principalmente, nos clássicos.

Sendo assim, considero o desempenho de nosso Técnico e sua comissão, diferentemente da opinião de Ney Franco, abaixo do da expectativa. Os números mostram, claramente, que, se não dobrarmos nosso aproveitamento, corremos o risco de não conquistarmos sequer uma vaga na Libertadores do próximo ano. É preciso que nosso comandante e sua equipe revejam sua estratégia, pois, até o momento, nada indica que teremos algum sucesso.

Elenco

Não irei entrar em detalhes sobre cada atleta, citarei apenas os casos mais representativos. Começando pelos que estão bem:

Jadson, Osvaldo, Rodrigo Caio e Aloisio: em minha opinião, estão um pouco acima das expectativas, tiveram boa regularidade e, de forma individual, saíram-se bem em momentos importantes.

Denilson e Paulo Miranda: estão dentro do que podemos esperar de ambos, mantêm boa regularidade e estão sempre a disposição.

P.H. Ganso, Luís Fabiano e Lúcio: estão devendo. O primeiro pode jogar muito mais do que vem jogando. Quanto aos outros dois, estiveram ausentes em momentos decisivos, algo inaceitável para atletas de seus quilates.

Douglas, Cortez, Rafael Toloi, Wellington, Edson Silva e Rodholfo: tecnicamente, muito abaixo do esperado.

Contra números...

Tenho formação na área de exatas e acredito que os números, dificilmente, mentem.  Considerando os dados acima, verificamos que nosso Tri-color teve, em  média,  50% de aproveitamento no primeiro semestre. Além disso, passamos longe da principal meta do ano: a conquista da Libertadores.  Em tempo, conforme comentei no início do post, ainda resta o contra o Grêmio, mas não será ele que “mudará o preço do dólar”, ou seja, não será ele que alterará drasticamente as estatísticas.

Honestamente?! Apesar de todas estas constatações, infelizmente, não vejo que este panorama irá mudar em curto ou médio prazo. São necessárias ações nas diferentes esferas de gestão, ações que, até o momento, não tivemos a oportunidade de observas. Juvenal crê que é um profundo conhecedor dos meandros do futebol, Ney Franco acha que o problema não é o Técnico e Adalberto Batista está certo de que as dificuldades não estão no elenco.

Enfim, caro amigo, irei continuar torcendo, a cada jogo, a cada rodada, pois meu amor pelo SPFC não deixa ser diferente. Agora, novamente, se a forma de pensar o futebol no “Soberano” não mudar, continuará sendo complicado...

Amplexos,

Ottoni

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