Caros Tricampões Mundiais, contra o Grêmio, em Porto Alegre,
na próxima quarta-feira, nosso São Paulo encerrará o primeiro semestre de 2013.
Creio que seja o momento adequado para avaliar o desempenho da equipe até aqui,
verificar as oportunidades de melhoria, olhar para o segundo semestre e
estabelecer os objetivos possíveis de serem alcançados.
Alguns
esclarecimentos:
É importante esclarecer que, quando digo “equipe”, me refiro
a todos os envolvidos na gestão administrativa / técnica do futebol
profissional, assim como, aos jogadores que o compõe.
Obviamente, como o escopo de trabalho e as atribuições são
completamente diferentes, avaliarei, de forma separada, porém, correlacionada,
Presidência / Diretoria de Futebol, Comissão Técnica e Elenco.
Alguns Números:
Em meu entendimento, não existe “avaliação de performance” sem números que a comprove. Sendo assim,
seguem abaixo algumas estatísticas que me ajudarão a comprovar minhas
constatações:
Observação: para
compor, de forma mais precisa, os números referentes às colunas “% de Aprov”,
como o Paulista e a Libertadores são torneios com fases eliminatórias e como o
Tri-color chegou até elas, adicionei os resultados destas etapas às tabelas
acima.
Agora, sim! Com estas informações em mente, vamos ao que
interessa...
Presidência e
Diretoria de Futebol
Devido ao modelo de gestão adotado pelo São Paulo, ficam sob
responsabilidade da Presidência e
Diretoria de Futebol, as negociações de atletas, tanto no que se refere à compra
quanto à venda ou afastamento de jogadores. Desta forma, no início do ano,
chegaram:
Lucio (Zagueiro)
Aloisio (Atacante)
Negueba (Atacante)
Carleto (Lateral)
Wallyson (Atacante)
P.H. Ganso (Meia)
Lembrando que Lucas, nosso principal jogador em 2012,
expatriado para o PSG, deixou o “Soberano” que, por sua vez, passou a tentar,
minimamente, substituí-lo – “minimamente”, pois, como Lucas, existem poucos no
mundo. Além disso, também, existiam necessidades, tanto nas laterais quanto na
zaga, que, também, deveriam ser solucionadas.
Lúcio chegou e logo assumiu a titularidade. Carleto, após a
queda de desempenho de Cortez, também, se firmou. P.H. Ganso, aos poucos, por
conta de pressões externas e mudança no esquema tático do time, passou a
figurar entre os preferidos de Ney Franco. Quanto aos demais, apenas compuseram
elenco. Em particular, Wallyson já foi até dispensado. Transformando em
números, nossa Presidência e Diretoria de Futebol tiveram 50% de assertividade
em suas escolhas. Um aproveitamento baixíssimo para quem conduz um clube como o
São Paulo.
Além disso, podemos afirmar que as limitações no elenco
ainda existem, principalmente, nas laterais. Zaga e ataque, também, são motivos
de preocupação, afinal, não temos suplentes para Osvaldo e Luís Fabiano e
nossos defensores reservas (Edson Silva, Rafael Toloi e Rodholfo) oscilam muito
de desempenho. Em resumo, pensando em um campeonato tão longo quanto o
Brasileiro, concluo que existe a enorme possibilidade de termos dificuldades
ainda maiores. Jogadores se machucarão, outros serão suspensos e alguns servirão,
eventualmente, à Seleção e, nestes casos, se não nos reforçarmos entre este mês
e o próximo, para continuidade do ano, creio que podemos dizer “adeus” à busca pelo titulo ou, até mesmo, à uma vaga
na Libertadores 2014.
Enfim, novamente, registro aqui minha opinião (para não
dizer certeza) de que, caso Juvenal e sua turma, não revejam rapidamente seus
conceitos, ou melhor, caso não façam uma auto-avaliação de seus trabalhos, dos
resultados obtidos versus as metas definidas, não poderemos ser nem um pouco
otimistas para o restante da temporada. Trabalho muito abaixo do esperado.
Comissão Técnica
Ney Franco e sua comissão técnica demoraram a entender que o
esquema tático utilizado, até o final de 2012, não poderia ser aplicado após a
saída de Lucas. Isto porque não existia (e continua não existindo) outro
jogador com as mesmas características no elenco. Nosso comandante perdeu muito tempo tentando
encontrar alguma solução que permitisse a manutenção do 4-3-2-1 e isto
prejudicou o entrosamento da equipe.
Em paralelo, considerando os duelos contra times de maior
tradição no contexto nacional, os resultados foram pífios. Somamos nove, entre vinte
e sete, pontos possíveis. Um aproveitamento de 33%:
Trocando em miúdos, foram oito clássicos, onde conquistamos
duas vitórias e três empates. Muito pouco para um “time de ponta” que busca
“algo mais”
Entendo que o elenco seja limitado. Por outro lado, entendo
que poderíamos ter alcançado performance
melhor. Principalmente, nos clássicos.
Sendo assim, considero o desempenho de nosso Técnico e sua
comissão, diferentemente da opinião de Ney Franco, abaixo do da expectativa. Os
números mostram, claramente, que, se não dobrarmos nosso aproveitamento,
corremos o risco de não conquistarmos sequer uma vaga na Libertadores do
próximo ano. É preciso que nosso comandante e sua equipe revejam sua estratégia,
pois, até o momento, nada indica que teremos algum sucesso.
Elenco
Não irei entrar em detalhes sobre cada atleta, citarei
apenas os casos mais representativos. Começando pelos que estão bem:
Jadson, Osvaldo,
Rodrigo Caio e Aloisio: em minha opinião, estão um pouco acima das
expectativas, tiveram boa regularidade e, de forma individual, saíram-se bem em
momentos importantes.
Denilson e Paulo
Miranda: estão dentro do que podemos esperar de ambos, mantêm boa
regularidade e estão sempre a disposição.
P.H. Ganso, Luís
Fabiano e Lúcio: estão devendo. O primeiro pode jogar muito mais do que vem
jogando. Quanto aos outros dois, estiveram ausentes em momentos decisivos, algo
inaceitável para atletas de seus quilates.
Douglas, Cortez,
Rafael Toloi, Wellington, Edson Silva e Rodholfo: tecnicamente, muito
abaixo do esperado.
Contra números...
Tenho formação na área de exatas e acredito que os números,
dificilmente, mentem. Considerando os
dados acima, verificamos que nosso Tri-color teve, em média,
50% de aproveitamento no primeiro semestre. Além disso, passamos longe
da principal meta do ano: a conquista da Libertadores. Em tempo, conforme comentei no início do post, ainda resta o contra o Grêmio, mas
não será ele que “mudará o preço do dólar”, ou seja, não será ele que alterará
drasticamente as estatísticas.
Honestamente?! Apesar de todas estas constatações,
infelizmente, não vejo que este panorama irá mudar em curto ou médio prazo. São
necessárias ações nas diferentes esferas de gestão, ações que, até o momento,
não tivemos a oportunidade de observas. Juvenal crê que é um profundo
conhecedor dos meandros do futebol, Ney Franco acha que o problema não é o
Técnico e Adalberto Batista está certo de que as dificuldades não estão no
elenco.
Enfim, caro amigo, irei continuar torcendo, a cada jogo, a
cada rodada, pois meu amor pelo SPFC não deixa ser diferente. Agora, novamente,
se a forma de pensar o futebol no “Soberano” não mudar, continuará sendo
complicado...
Amplexos,
Ottoni
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