quinta-feira, 25 de julho de 2013

Carta aberta à Presidência e Diretoria de Futebol do SPFC




Aos Ilmos. Srs. Juvenal Juvêncio e Adalberto Batista,

Prezados, saudações Tricolores!

Antes de tudo, gostaria de dizer que respeito e, como torcedor, sou grato ao trabalho que ambos desempenharam à frente do nosso SPFC ao longo dos últimos sete anos, principalmente, devido à conquista do tricampeonato Brasileiro, pela modernização do CFA Laudo Natel e do Cícero Pompeu de Toledo. Sem dúvida, são feitos que devem ser destacados e de grande importância para a manutenção da grandeza São Paulina. Por outro lado, devo também lembrá-los que estas e outras ações positivas não são, de certa forma, mais do que obrigações impostas pelos cargos que ocupam.

Aparentemente e infelizmente, os senhores, embriagados pelas conquistas alcançadas, acomodaram-se dentro de um “estado contemplativo” diante da própria obra, um narcisismo sem fim que os levou a crer que são profundos entendedores dos meandros do futebol e que seriam capazes de, por si só e através de seus próprios métodos, manter nosso SPFC na vanguarda do futebol nacional. Em tempo, digo: erraram, erraram de forma amadora, juvenil.

Se por um lado os senhores são responsáveis por grandes conquistas, tenham em mente e não fujam da responsabilidade de, também, terem conduzido o SPFC ao pior momento de sua história no que tange o futebol profissional. Claro, nada é tão ruim que não possa ser piorado, domingo enfrentaremos um time que, neste momento, é muito superior ao nosso e que tem tudo para nos vencer, aumentando ainda mais a nossa péssima fase. Lembrando que esse nosso próximo adversário foi rebaixado no mesmo ano em que vencemos nosso penúltimo campeonato nacional e que, após isto, enquanto permanecemos estagnados, ele evoluiu, conquistou a América, o Mundial e alguns outros títulos. Em resumo, vocês foram, dentro de sua estratégia, superados pela concorrência e, diga-se de passagem, de longe.

Em vários momentos, vi e ouvi o senhor, Juvenal Juvêncio, afirmar aos quatro cantos que o SPFC possui gestor, que é um “clube-empresa” organizado de forma profissional. Bom, tais afirmações me levam a concluir que, como em qualquer empresa, resultados positivos são o objetivo final do empreendimento. Inicialmente, não alcançá-los pode estar associados às questões operacionais. Neste caso, é necessária a “mão do gestor” para reorganizar / realinhar o negócio e, desta forma, alcançar o sucesso. Contudo, após várias reorganizações / realinhamentos, sem atingir a efetividade esperada, chegamos à constatação de que o problema deixou de ser operacional e passou a ser de gestão. Desta forma, é essencial para a continuidade e sucesso do empreendimento que seus líderes sejam substituídos e que seja realizada uma renovação na forma de gerir a organização. Este processo fará com que a mudança no “topo da pirâmide” seja refletida para as demais camadas inferiores (de forma positiva) de maneira que o crescimento seja retomado e que o negócio volte a prosperar dentro do nível de excelência desejado.

Em tempo, esclareço que, apesar da explanação acima, não tenho a intenção de pedir a vocês que deixem seus cargos e deem espaço a uma possível renovação. Na verdade, meu objetivo é apenas abrir seus olhos para o que realmente aconteceu com nosso Tricolor e que grande parcela desta responsabilidade é estritamente dos senhores. Como Rogério Ceni disse após o jogo contra o Internacional: “nessa temporada, lutamos para nos salvar”.

Por fim, tenho apenas um pedido a fazer: muito cuidado com o nível de exposição ao qual estão levando o elenco e os torcedores que, infelizmente, está chegando ao seu limite. Já viramos piada nas conversas sobre futebol entre amigos. Agora, vemos nossos adversários nos menosprezar em entrevistas e programas esportivos. Sendo assim, peço que tenham muita cautela em suas declarações para não aumentar nosso desconforto (para não dizer outra coisa).

Um fraterno abraço,

Ottoni