terça-feira, 26 de março de 2013

Esquema 7-3-1 (7 dias, 3 jogos e 1 objetivo: a classificação)




Em meu último post, publicado semana passada, avaliei as situações “extra-campo” que afetavam negativamente nosso Tri-color. Dissertei sobre o comportamento inadequado de alguns jogadores, sobre a postura de liderança positiva que esperamos de outros e sobre o posicionamento do nosso treinador / comissão técnica diante de tudo isto. No momento em que escrevi aquele texto, as coisas pareciam ir de mal a pior e, segundo alguns veículos de imprensa, o cargo do nosso comandante já estava em risco. Chegaram até a dizer que a sombra de Paulo Autuori, que acabou fechando com o Vasco, pairava sobre o CT da Barra Funda. Como de costume, muita especulação e poucos fatos...

Pois bem, dois jogos depois, contra o São Bernardo e Bragantino, o clima volta a ficar momentaneamente tranquilo pelos lados do Morumbi. Digo “momentaneamente” pois estamos todos na expectativa do jogo contra o “The Strongest”. Obviamente, um resultado negativo nesta partida, instalará uma nova crise, com proporções desastrosas, no Tri-color. Contudo, não é o objetivo deste post abordar esta situação e, sinceramente, prefiro nem pensar nela.

Por outro lado, os vinte dias entre nosso último embate e o próximo jogo na Libertadores foram providenciais. Infelizmente e, de certa forma, como previsto, Ney Franco não conseguiu encontrar um substituto à altura de Lucas para manter o vitorioso esquema 4-3-2-1. Apesar de várias experiências, os resultados não foram satisfatórios e ficou claro que, com este esquema e as opções disponíveis dentro do elenco atual, teríamos sérias dificuldades contra adversários mais qualificados e, desta forma, certamente não chegaríamos longe na Libertadores. Sendo assim, NF decidiu, de forma tardia, mas em tempo, deixar de lado suas convicções e apostas e mudou a cara do time. Algumas alterações foram feitas por necessidade e outras por opção do nosso técnico. Então, o que podemos esperar do Soberano para os jogos contra o Paulista, Time da Marginal S/N e “The Strongest”? Seguem abaixo algumas análises:

Em princípio, pelo o que temos acompanhado, hoje, nosso time titular é: Rogério Ceni, Rodrigo Caio, R. Tolói, Edson Silva e Carleto; Jadson, Maicon, Denilson e P.H. Ganso; Osvaldo e L. Fabiano. (esquema tático 4-4-2)

Zaga: apesar das três vitórias consecutivas, sobre Oeste, São Bernardo e Bragantino, não dá para afirmar que os problemas do nosso setor defensivo acabaram. Pelo contrário, continuam evidentes, pois sofremos três gols em três jogos e, com todo respeito, contra três times pequenos. Obviamente,  quando falamos  da Defesa, não podemos avaliar apenas os zagueiros. Devemos levar em consideração os Laterais e os Volantes que apoiam o setor. Contudo, focando apenas nos desempenhos de Rafael Tolói e Edson Silva, podemos notar algumas evoluções: a primeira delas, fica por conta da postura. Ambos jogam sério, sem riscos. Não importa para onde o nariz está apontando, se a situação aperta, é “bola pro mato...”. Já a segunda, tecnicamente, Edson Silva está abaixo de Lúcio e Rodholfo. Inclusive, quando o segundo estiver em forma, creio que nosso camisa catorze perderá a posição e teremos uma reedição da dupla de zaga que terminou bem a última temporada.  Quanto ao Lúcio, bom, além dos problemas de comportamento, não estava numa sequência boa e, de vez em quando, causava “frios na barriga” da torcida e do restante do elenco, ou seja, merece estar no banco apesar de toda a experiência e potencial.

Laterais: Rodrigo Caio caiu como uma luva pela direita! Apoia bem a defesa e, em momentos oportunos, desce ao ataque. Tomou, com méritos, a posição de Douglas e Paulo Miranda, que se recupera de contusão e, quando voltar, terá que trabalhar para reconquistar o espaço.  Inclusive, pensando no confronto contra o “The Strongest”, suponho que Rodrigo Caio seja a melhor opção pois, além das qualidades que já citei, ainda é “moleque” e tem folego de sobra para enfrentar a altitude de La Paz. Agora, falando da Lateral Esquerda, Cortez caiu muito de rendimento e Carleto ainda não empolgou a torcida. Então, a posição encontra-se em aberto. Se pensarmos que, no meio de campo temos cinco homens que chegam ao ataque (Maicon, Ganso, Jadson, L. Fabiano e Osvaldo), talvez, seja interessante escalar um lateral mais marcador do que apoiador e, neste caso, ficaria mesmo com Carleto e pediria para que subisse menos ao ataque.

Volantes: este é o único setor em que discordo completamente com nosso técnico. Em minha opinião, Denilson tem grande oscilação de desempenho e, quanto ao Maicon, este tem dificuldades na marcação e falta qualidade para atacar. Então, jogaria com Wellington e Fabrício. O primeiro, assim como no caso do Rodrigo Caio, é menino e tem condições de resistir à altitude, o segundo porque tem bom poder de marcação e boa saída de bola, além disso, chuta bem de fora da área.

Meio-Campo: não vou me estender muito por este setor. É o que a grande maioria da torcida gostaria de ver: Jadson e Ganso jogando juntos. Podemos perceber que, a cada jogo, estão mais afinados. Quando estiverem 100% entrosados, teremos grande criatividade pela meia, o que poderá consagrar, ainda mais, nossos atacantes.

Ataque: Osvaldo e L. Fabiano são, sim, nossa melhor opção. Sem maiores comentários para nosso “Cristiano Osvaldo” que, atualmente, é o melhor atacante do futebol mundial, rs. Sobre o Fabuloso, não vem apresentando um grande futebol e, aparentemente, está até desmotivado. Agora, o que não dá pra negar é que, a cada jogo, vem deixando seu tento. É o tipo de jogador que não pode ficar de fora de partidas decisivas. O problema são as suspensões. Caso nosso Depto. Jurídico não consiga reverter a pena imposta pela Comebol, teremos problemas. Não temos ninguém com as mesmas características. Neste caso, eu entraria com Aloísio. Alguns poderiam sugerir a alteração do esquema tático, voltando para o 4-3-2-1 e entrando com três atacantes diante do “The Strongest”, já que temos que vencer de qualquer jeito.  Contudo, precisamos lembrar da altitude e do perfil do adversário, que não é fácil. Não adianta querermos aplicar uma “correria” pra cima deles, perderemos para a altitude. Precisamos tocar a bola com qualidade e objetividade. Podemos até chegar poucas vezes ao gol, mas temos que chegar com oportunidades claras e, também, temos que aproveitá-las. Creio que Osvaldo e Aloísio podem dar conta do recado.

Então, minha escalação para as próximas partidas seria: Rogério Ceni, Carleto, R. Tolói, Rodholfo e R. Caio; Wellington, Fabricio, Jadson e P.H. Ganso; Osvaldo e L. Fabiano (Aloísio)

Por fim, a próxima semana será decisiva para fecharmos o time ideal para o confronto contra o “The Strongest”. Certamente, o Ney ainda fará algumas experiências. Porém, o jogo de domingo, contra o time da marginal, será um ótimo teste antes do “jogo do ano”. Vamos aproveitá-lo!

Amplexos,

Ottoni

segunda-feira, 18 de março de 2013

Dificuldades que vão muito além das quatro linhas...





Quem costuma passar por aqui nota que, infelizmente, não escrevo com muita frequência. Como acontece com a maioria das pessoas que possuem blog apenas como “hobby”, falta tempo para escrever. Então, costumo enviar posts quando  encontro temas realmentes relevantes e que merecem maior atenção. Bom, este é o caso.

Há algum tempo, nosso Tri-color vem sofrendo com problemas internos e externos. No que tange o primeiro caso, podemos citar a insatisfação de alguns jogadores (Ganso e Lucio), a queda de desempenho de outros (Cortez, Wellington e Luiz Fabiano) e falhas de comando (Ney Franco, Rogério Ceni e diretoria). Sobre o segundo, obviamente e como é de costume, a mídia e os meios de comunicação que procuram polemizar tudo o que ocorre dentro dos portões do Morumbi com o objetivo de “vender mais” suas “noticias” que, nem sempre, refletem a verdade dos fatos ou tratam os assuntos de maneira imparcial.

Antes de prosseguir, gostaria apenas de fazer algumas ressalvas quanto às colocações que se seguirão. Elas partem de um torcedor fanático por seu time, que quer o melhor para ele. Porém, que tem certeza que, em momentos complicados como o que estamos passando, a melhor maneira de contorna-los é agindo de maneira fria, com muito trabalho, poucas, mas inteligentes, declarações,  com muita união, comprometimento, e empenho entre todos os envolvidos no trabalho / projeto e buscando sempre o apoio da torcida e mídia.  Ainda, não há motivo para desespero, mas há motivos de sobra para grandes preocupações. ..

Começando pela insatisfação de jogadores. Serei bem objetivo: no SPFC ninguém deve ser titular por conta do “nome” que carrega. A meritocracia deve prevalecer. Está jogando bem: é titular. Não está: banco. Quer voltar a ser titular? Treine forte e aproveite as oportunidades. Simples assim. Reclamações ou manifestações públicas de insatisfação públicas devem ser severamente punidas pela comissão técnica e diretoria. A hierarquia deve ser respeitada e mantida. Caso contrário, o caos se estabelece e “o poste começa a mijar no cachorro”. Isto não deve ser admitido em hipótese alguma. Resumindo: quem decide se o jogador está bem ou mal, quem joga ou não,  qual esquema tático deve ser utilizado é o técnico, juntamente com sua comissão. O jogador tem que aceitar, sem causar motim ou polêmica. Quem decide se o técnico está indo bem ou mal, se está tomando ou não decisões corretas ou se está ou não tendo o desempenho esperado é a Diretoria de Futebol. Caso o trabalho não seja satisfatório, cabe a ela tomar as ações necessárias. A Comissão Técnica por sua vez, tem que acatar. Caso, nada disto esteja caminhando bem, o assunto deve ser escalado em nível de presidência, e as esferas inferiores de comando devem assumir as decisões tomadas. Então...

Ganso: torço por você. Acho que você será o maestro que esperamos. Porém, ainda não é. Ao contrário, está longe disto. Então, continue trabalhando forte, falando e gesticulando menos. Por enquanto, você não ajudou tanto quanto esperamos e começou a atrapalhar. Que ser titular? Mostre que tem qualidade para isto e conquiste a posição com seu ótimo futebol. Em sua posição, esperamos alguém que chame a responsabilidade e decida os jogos. Você tem perfil para isto e já o fez no passado, como naquela final entre Santos e Santo André. É aquele Ganso que esperamos ver. Atitudes contundentes, mas nos momentos apropriados e  com assertiviade.

Lucio: respeito seus títulos, sua carreira de sucesso. Gosto de sua postura dentro de campo. Porém, é preciso mais! É preciso, também, uma postura adequada fora de campo. O fato é que a zaga piorou do ano passado para cá. Estou certo de que não é apenas responsabilidade sua, mas você teve falhas individuais importantes e isto compromete seu trabalho. Então, não é injusto que você seja sacado do time. Agora, o que não pode é um jogador de sua categoria e bagagem tomar uma postura infantil como a do último jogo contra o Arsenal. Você tem que usar sua experiência e liderança a favor e não contra. São atitudes que não agregam, ao contrário, contribuem para piorar o ambiente e criar mais polêmicas para os “pasquins” de plantão. Definitivamente, não precisamos e não queremos você desta maneira. Queremos ver em campo um líder positivo!

Quanto à queda de desempenho de alguns jogadores e, aproveitando o gancho para falar sobre o mesmo tema no que se refere à Comissão Técnica e já fazendo um link com as questões de liderança (entendo que os assuntos estão relacionados), isto só se resolverá com trabalho e posturas firmes. O time precisa “encaixar” novamente. Temos problemas individuais e coletivos. Sendo assim...

Ney: antes de tudo, apenas uma critica construtiva, não dê nota 10 para seu próprio trabalho. Além de parecer soberba, sempre tive comigo que os profissionais que sentem a necessidade de se autodeclarar “bons”, na verdade, não o são. Péssima estratégia de marketing pessoal. Deixe que os outros digam se você está indo bem ou não. Com certeza, se tudo estiver correndo bem, dentro do planejado, você será reconhecido e elogiado.  No que se refere ao trabalho que vem sendo executado, entendo que todos os profissionais devem ter suas convicções e investir nelas. Contudo, até um certo ponto. Também, deve haver a humildade de reconhecer que, em algum momento, as coisas não estão saindo como o esperado e o planejamento / escopo / método de trabalho deve ser revisto em função do objetivo. Isto vale tanto para os aspectos individuais dos jogadores (escalação / titularidade) quanto ao coletivo (esquema tático). Dias atrás você disse em uma entrevista que deseja ter longevidade em sua passagem pelo Soberano. Creio que você alcançará esta meta se conseguir se adaptar rapidamente às situações e encontrar soluções rápidas para as dificuldades. Gostei de sua postura firme com relação às questões de comportamentos inadequados. Apenas não esqueça de traduzir as promessas em realidade caso tais situações voltem a ocorrer no futuro. Boa sorte!

Ao Capitão (RC01), precisamos de você. Sei que, internamente e sem deixar que chegue à imprensa, você deve estar trabalhando junto ao elenco para que todos estejam “fechados”. Porém, mais do que nunca, o NF precisa de sua ajuda junto aos jogadores. Você é o “patrão” e deve demonstrar apoio ao nosso comandante. Obviamente, em função de tudo o que representa dentro do clube, tem liberdade de conversar com o Ney, em particular, para expor suas ideias ou insatisfações. Porém, é extremamente importante que você o apoie neste momento. Se chegarmos à próxima fase da Libertadores ou do Paulista com o elenco rachado, não teremos a mínima chance. Como sempre, contamos contigo!

Diretoria de Futebol: apesar de toda a organização que o SPFC possui, entendo que existe uma deficiência de articulação em relação ao relacionamento entre a imprensa, comissão técnica e elenco. Deveria haver um maior alinhamento entre Diretoria, Comissão Técnica e elenco para que situações desconfortáveis / constrangedoras não chegassem a público, causando a “instalação” de crises no clube. É necessário criar / manter uma “inteligência” que apoie este processo. Certamente, teríamos menos ruídos e não perderíamos tanto tempo tendo que dar explicações sobre o que acontece dentro de casa.

Por fim, com certeza, temos o que precisamos para obter sucesso nas diversas competições que disputaremos esta temporada. Contudo, é preciso criar uma sinergia entre os envolvidos e que todos estejam comprometidos com os objetivos. A partir de agora, treino é jogo e jogo é guerra. Chega de desculpas, explicações e lamentações após os jogos. Raça e mudança de atitude. A torcida não espera ver menos que sangue no suor que molha a camisa de cada um.

VAMO SÃO PAULO!!!!

Amplexos,

Ottoni