Em meu último post, publicado semana passada, avaliei as
situações “extra-campo” que afetavam negativamente nosso Tri-color. Dissertei
sobre o comportamento inadequado de alguns jogadores, sobre a postura de
liderança positiva que esperamos de outros e sobre o posicionamento do nosso
treinador / comissão técnica diante de tudo isto. No momento em que escrevi
aquele texto, as coisas pareciam ir de mal a pior e, segundo alguns veículos de
imprensa, o cargo do nosso comandante já estava em risco. Chegaram até a dizer
que a sombra de Paulo Autuori, que acabou fechando com o Vasco, pairava sobre o
CT da Barra Funda. Como de costume, muita especulação e poucos fatos...
Pois bem, dois jogos depois, contra o São Bernardo e
Bragantino, o clima volta a ficar momentaneamente tranquilo pelos lados do
Morumbi. Digo “momentaneamente” pois estamos todos na expectativa do jogo
contra o “The Strongest”. Obviamente, um resultado negativo nesta partida,
instalará uma nova crise, com proporções desastrosas, no Tri-color. Contudo,
não é o objetivo deste post abordar esta situação e, sinceramente, prefiro nem
pensar nela.
Por outro lado, os vinte dias entre nosso último embate e o
próximo jogo na Libertadores foram providenciais. Infelizmente e, de certa
forma, como previsto, Ney Franco não conseguiu encontrar um substituto à altura
de Lucas para manter o vitorioso esquema 4-3-2-1. Apesar de várias
experiências, os resultados não foram satisfatórios e ficou claro que, com este
esquema e as opções disponíveis dentro do elenco atual, teríamos sérias
dificuldades contra adversários mais qualificados e, desta forma, certamente não
chegaríamos longe na Libertadores. Sendo assim, NF decidiu, de forma tardia,
mas em tempo, deixar de lado suas convicções e apostas e mudou a cara do time.
Algumas alterações foram feitas por necessidade e outras por opção do nosso
técnico. Então, o que podemos esperar do Soberano para os jogos contra o
Paulista, Time da Marginal S/N e “The Strongest”? Seguem abaixo algumas
análises:
Em princípio, pelo o que temos acompanhado, hoje, nosso time
titular é: Rogério Ceni, Rodrigo Caio, R. Tolói, Edson Silva e Carleto; Jadson,
Maicon, Denilson e P.H. Ganso; Osvaldo e L. Fabiano. (esquema tático 4-4-2)
Zaga: apesar das
três vitórias consecutivas, sobre Oeste, São Bernardo e Bragantino, não dá para
afirmar que os problemas do nosso setor defensivo acabaram. Pelo contrário,
continuam evidentes, pois sofremos três gols em três jogos e, com todo
respeito, contra três times pequenos. Obviamente, quando falamos da Defesa, não podemos avaliar apenas os
zagueiros. Devemos levar em consideração os Laterais e os Volantes que apoiam o
setor. Contudo, focando apenas nos desempenhos de Rafael Tolói e Edson Silva,
podemos notar algumas evoluções: a primeira delas, fica por conta da postura. Ambos
jogam sério, sem riscos. Não importa para onde o nariz está apontando, se a
situação aperta, é “bola pro mato...”. Já a segunda, tecnicamente, Edson Silva
está abaixo de Lúcio e Rodholfo. Inclusive, quando o segundo estiver em forma,
creio que nosso camisa catorze perderá a posição e teremos uma reedição da
dupla de zaga que terminou bem a última temporada. Quanto ao Lúcio, bom, além dos problemas de
comportamento, não estava numa sequência boa e, de vez em quando, causava “frios
na barriga” da torcida e do restante do elenco, ou seja, merece estar no banco
apesar de toda a experiência e potencial.
Laterais: Rodrigo
Caio caiu como uma luva pela direita! Apoia bem a defesa e, em momentos
oportunos, desce ao ataque. Tomou, com méritos, a posição de Douglas e Paulo
Miranda, que se recupera de contusão e, quando voltar, terá que trabalhar para
reconquistar o espaço. Inclusive,
pensando no confronto contra o “The Strongest”, suponho que Rodrigo Caio seja a
melhor opção pois, além das qualidades que já citei, ainda é “moleque” e tem
folego de sobra para enfrentar a altitude de La Paz. Agora, falando da Lateral
Esquerda, Cortez caiu muito de rendimento e Carleto ainda não empolgou a
torcida. Então, a posição encontra-se em aberto. Se pensarmos que, no meio de
campo temos cinco homens que chegam ao ataque (Maicon, Ganso, Jadson, L.
Fabiano e Osvaldo), talvez, seja interessante escalar um lateral mais marcador
do que apoiador e, neste caso, ficaria mesmo com Carleto e pediria para que
subisse menos ao ataque.
Volantes: este é
o único setor em que discordo completamente com nosso técnico. Em minha
opinião, Denilson tem grande oscilação de desempenho e, quanto ao Maicon, este
tem dificuldades na marcação e falta qualidade para atacar. Então, jogaria com Wellington
e Fabrício. O primeiro, assim como no caso do Rodrigo Caio, é menino e tem condições
de resistir à altitude, o segundo porque tem bom poder de marcação e boa saída
de bola, além disso, chuta bem de fora da área.
Meio-Campo: não
vou me estender muito por este setor. É o que a grande maioria da torcida
gostaria de ver: Jadson e Ganso jogando juntos. Podemos perceber que, a cada
jogo, estão mais afinados. Quando estiverem 100% entrosados, teremos grande criatividade
pela meia, o que poderá consagrar, ainda mais, nossos atacantes.
Ataque: Osvaldo e
L. Fabiano são, sim, nossa melhor opção. Sem maiores comentários para nosso “Cristiano
Osvaldo” que, atualmente, é o melhor atacante do futebol mundial, rs. Sobre o Fabuloso,
não vem apresentando um grande futebol e, aparentemente, está até desmotivado.
Agora, o que não dá pra negar é que, a cada jogo, vem deixando seu tento. É o
tipo de jogador que não pode ficar de fora de partidas decisivas. O problema
são as suspensões. Caso nosso Depto. Jurídico não consiga reverter a pena
imposta pela Comebol, teremos problemas. Não temos ninguém com as mesmas características.
Neste caso, eu entraria com Aloísio. Alguns poderiam sugerir a alteração do
esquema tático, voltando para o 4-3-2-1 e entrando com três atacantes diante do
“The Strongest”, já que temos que vencer de qualquer jeito. Contudo, precisamos lembrar da altitude e do
perfil do adversário, que não é fácil. Não adianta querermos aplicar uma “correria”
pra cima deles, perderemos para a altitude. Precisamos tocar a bola com
qualidade e objetividade. Podemos até chegar poucas vezes ao gol, mas temos que
chegar com oportunidades claras e, também, temos que aproveitá-las. Creio que
Osvaldo e Aloísio podem dar conta do recado.
Então, minha escalação para as próximas partidas seria:
Rogério Ceni, Carleto, R. Tolói, Rodholfo e R. Caio; Wellington, Fabricio,
Jadson e P.H. Ganso; Osvaldo e L. Fabiano (Aloísio)
Por fim, a próxima semana será decisiva para fecharmos o
time ideal para o confronto contra o “The Strongest”. Certamente, o Ney ainda
fará algumas experiências. Porém, o jogo de domingo, contra o time da marginal,
será um ótimo teste antes do “jogo do ano”. Vamos aproveitá-lo!
Amplexos,
Ottoni