quarta-feira, 19 de junho de 2013

Ensaio sobre a sanidade: o despertar da consciência!




Enfim, um momento sóbrio na vida do “colosso” que encontrava-se “deitando em berço esplêndido”. O Brasil acordou, despertou! Nas últimas semanas, desde que este país foi descoberto, temos vivido um momento único em nossa história. O povo está nas ruas, não com uma “bandeira partidária” em suas mãos, não por um ideal politico, mas por um propósito maior: a mudança radical do “senso comum”. Aquele senso que, por séculos, nos compeliu a achar normal pagarmos duas ou mais vezes por serviços que, em princípio, deveriam ser fornecidos adequadamente pelas diversas esferas de governo.

No Brasil, a carga tributária, em 2012, chegou a 36,27% do PIB, dinheiro que deveria ser convertido em benefícios à população como, por exemplo, saúde, educação, transporte, segurança, etc. Contudo, passamos a aceitar pagar à iniciativa privada, novamente, para ter acesso a melhores hospitais, melhores escolas, maior segurança, etc. E quanto àqueles que não podem pagar por tudo isto? Temos a oportunidade (e a infelicidade) de acompanhá-los, dia após dia, nos noticiários de TV que escancaram o sofrimento dos pacientes deitados ao chão, em corredores de hospitais públicos, aguardando por atendimento, ou, então, exprimidos aos montes, em ônibus, voltando para casa, após mais um dia de trabalho, no trânsito caótico de nossas grandes capitais, muitas vezes, torcendo para que a água das enchentes baixe e que sua casa ainda estejam de pé, após as chuvas. cessarem Ah, sim! Não poderia esquecer de citar aqueles e-mails engraçadíssimos que recebemos, contendo as "pérolas" do ENEM, onde nossos jovens, em sua maioria,  estudantes de escolas municipais e estaduais, que não desfrutam dos bons recursos das escolas particulares, demonstram toda sua ignorância e falta de conhecimento respondendo à perguntas fáceis de maneira tão absurda que chegam a serem cômicas.

Estamos renegando nossa história! Uma história que, desde 1500 D.C., passa por diversas explorações, corrupções, por governos fracos, despreparados e covardes. Onde o primeiro monarca a pisar em solo brasileiro, D. João VI, só o fez em função de seu temor por Napoleão, um medo tão grande que o fez abandonar seu próprio povo e fugir para a colônia, deixando os cidadão de Portugal à mercê de ameaças externas. Leiam: “1808 - Como uma rainha louca, um príncipe medroso e uma corte corrupta enganaram Napoleão e mudaram a História de Portugal e do Brasil”, de Laurentino Gomes. Anos mais tarde, em 1822, depois do fim das “Guerras Napoleônicas” e com o retorno da família real à Portugal, gerou-se uma situação propicia para a inevitável independência do Brasil e, antes que os próprios nativos a fizessem, D. Pedro tomou à frente, deu o famoso “grito da independência”, e, junto aos seus comparsas portugueses, manteve os “negócios em família”. Em resumo, criou-se um país “dos amigos e para os amigos”, esta “cultura”, mesmo após a proclamação da república e através das ditaduras, se manteve. Leia a série “Ilusões Armadas”, de Hélio Gaspari.  Refletir sobre nossa história e compará-la aos eventos ocorridos nas últimas décadas, me faz entender como pensam as pessoas que estão no poder em nosso país. Levando isso em consideração, concluo que não quero este Brasil para meu futuro e, muito menos, para o futuro de meus filhos.

O movimento, que começou por conta do aumento nas tarifas de transporte, passou a valer muito mais do que poucos centavos: passou a valer ética, respeito e retribuição ao povo brasileiro. Não queremos mais ter que escolher nossos políticos em função de sua “honestidade”, mas, sim, por suas competências. Para qualquer político, “honestidade” deveria ser pré-requisito e não diferencial. Creio que, sinceramente, estamos dando o primeiro passo neste sentido, pois as palavras de ordem que vêm das ruas são: abaixo à corrupção, melhores serviços e mais respeito ao povo!

À você que, em várias conversas entre amigos, nas rodas de bares, no trabalho ou entre os familiares, sempre condenou os diversos escândalos de corrupção pelos quais passamos, à você que critica constantemente o “status quo”, chegou a hora! É a sua chance de fazer a diferença, de ir às ruas e lutar por algo melhor! Faça sua parte e, no futuro, quando alguém ou, talvez, seus filhos ou netos, lhe perguntarem:  onde o senhor estava em junho de 2013, quando tudo aquilo aconteceu? Você possa responder, olhando nos olhos deles: EU ESTAVA LÁ!

Amanhã, eu me juntarei aos cidadãos de Campinas, irei ao Largo do Rosário, cantarei, gritarei e pedirei por um país melhor! O Brasil verá, sem violência, que “os filhos teu não fogem à luta”.

Um fraterno abraço,

Ottoni

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