Saudações!
Apesar de metade da minha família ser corintiana e a outra
metade ser palmeirense, escolhi ser São-Paulino. Obviamente, aos três ou quatro
anos de idade, você não sabe ao certo porque passa a torcer por um clube.
Sinceramente, a primeira empatia foi pela camisa, ou melhor, pelo manto. Porém,
ao final da década de 80, quando passei a acompanhar e a entender melhor o
futebol, percebi que havia feito a escolha certa! Aliás, mais do que isto,
percebi que fui privilegiado!
Tive a oportunidade de ver, o desacreditado e “pé frio”,
Telê Santana chegar ao Morumbi, em outubro de 1990, e pegar um time, ou melhor,
um clube em “reconstrução”, tão desacreditado quanto ele próprio. Creio que
este foi o maior divisor de águas que pude presenciar e vivenciar na história do
São Paulo. A partir daí, tudo foi diferente, desde a filosofia até os
resultados...
Sobre a filosofia...
“Futebol é arte, é diversão, sem chutão pra frente”
“Se for para mandar meu time matar a jogada, dar pontapé no
adversário ou ganhar com gol roubado, prefiro perder o jogo.”
"Competir, competir. Os meninos das escolinhas têm que
ganhar a qualquer custo e já começam a dar pancada. Não desenvolvem o lado criativo.”
“Não sou inventor nem faço milagres. Apenas trabalho com
dedicação e muito respeito.”
“Gosto de treinar à moda antiga, com muito bola e coletivo,
que é o que o jogador gosta.”
“Há quem me chame de romântico, mas sei que estou
colaborando com o futebol. E isso me dá satisfação.”
“Um futebol como o nosso não pode jogar para empatar.”
Todas as frases acima são do Mestre Telê. Elas retratam
nossa essência, nosso DNA. Telê me
inspirou, inspirou toda uma geração de são-paulinos, com sua seleção de 82,
inspirou Guardiola a criar o histórico Barcelona.
Sobre os
resultados...
Ganhar ou perder faz parte do jogo. O que um São-Paulino não
admite, é ver seu time entregue e sair de campo de cabeça baixa. Lutamos até o
final, não desistimos nunca! Por mais impossível que pareça ser o confronto,
nós acreditamos e, acreditando, eu vi:
·
O São Paulo de Zetti, Vitor, Pintado e Cerezo,
ganhar do poderoso Barcelona, de Zubizarreta e Stoichkov, por 2 x 1.
·
O São Paulo de Cafu, Raí, Doriva e Leonardo,
ganhar do não menos poderoso Milan, de Costacurta, Albertini, Donadoni e Papin,
por 3 x 2.
·
O São Paulo de RC01, Lugano, Josué e Mineiro,
ganhar do Liverpool, uma verdadeira seleção do mundo, de Reina, Gerrad, Crouch
e Luiz Garcia, por 1 x 0.
Somos São Paulo. Somos milhões! Somos uma nação que, em
1935, nasceu predestinada a vencer, que nunca esqueceu suas raízes e que, mesmo
diante da derrota, sentimos orgulhos da nossa história e do que construímos.
Afinal, “entre os grandes, és o primeiro!”.
Sobre a motivação
para escrever esta “carta aberta”...
Eu sei, e vocês sabem,
que poderíamos ter vencido o Atlético-MG ontem. Na verdade, poderíamos
ter goleado! Aliás, não só nós sabemos, o Cuca sabe, o elenco do galo sabe. Já
metemos dois neles quando foi preciso. Então, como muitos de vocês falaram ao
deixar o campo: é possível! A moeda pode, sim, “cair de pé” novamente e podemos
fazer história no Independência!
Sobre os próximos 7
dias...
Creio que a coisa mais imutável na vida de alguém seja o
amor pelo clube que escolheu torcer. Pessoas abandonam seus cônjuges, amigos,
pais, irmãos. Porém, dificilmente, pessoas deixam de torcer para seu clube de
coração. Então, independente do que
aconteça no próximo domingo e na próxima quarta-feira, não só eu, mas todos nós
São-Paulinos continuaremos a lotar o Morumbi, continuaremos a vestir a camisa e
a cantar nosso hino.
Um convite!
Por fim, gostaria de fazer um convite a vocês: nos dois próximos
jogos, contra o Corinthians e Atlético-MG, não entrem em campo como jogadores
do São Paulo. Entrem em campo como torcedores, como o mais fanático e apaixonados
torcedor. Visitem a nossa história! Espelhem-se nos grandes feitos de outras
espetaculares formações Tri-colores do passado. Ou melhor, tornem-se uma!
Tornem-se um São Paulo do qual qualquer torcedor, ao ser questionado por uma
formação inesquecível, responda de bate-pronto: Rogério Ceni...
EU ACREDITO! VAMO SÃO PAULO!
Amplexos,
Ottoni
queria dar a saudação ao Carlos Ottoni, que arrepio eu, lendo esse texto dele, espero que os jogadores sinta o mesmo que eu senti lendo isso, vamos fazer a moeda cair de pé, vamo mostra porque viramos o time da fé!! EU ACREDITO! VAMO SÃO PAULO!² AVANTE TRICOLOR
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