Na faculdade, estudei uma matéria chamada “Correlação Linear”.
Em resumo, ela procura verificar se existe
relação entre duas ou mais variáveis, isto é, saber se as alterações sofridas
por uma delas são acompanhadas por alterações nas outras. Depois de certo
tempo, passei a perceber que esta teoria se aplica não só a problemas
matemáticos, mas, também, a outras situações. Inclusive e, neste caso,
infelizmente, ao futebol.
Há tempos, o esporte mais popular do planeta sofre com
disputas políticas, econômicas e por poder. Basta olhar para o histórico
recente de escândalos relacionados à FIFA para notar como o cenário é critico. Corrupção,
tráfico de influencia, propinas, acusações que causariam inveja ao currículo de
qualquer político ala “Roberto Jefferson” e “Antonio Palocci” e, como no Brasil
política e futebol se misturam, não poderíamos estar de fora, afinal de contas,
o “pão e circo” precisam continuar! Então, o nome de Ricardo Teixeira, também
consta no relatório da federação de futebol da Inglaterra (FA) sobre as
acusações do lorde David Triesman perante a Câmara dos Comuns britânica contra
quatro membros do Comitê Executivo da FIFA. Ah, sim, Ricardo Teixeira não é político!
Alguém se lembra da “CPI do Futebol” e da “CPI da CBF-Nike” entre 2000 e 2001?
Pois, é!
Bom, mesmo perdendo força e, aparentemente, por pouco tempo,
Ricardo Teixeira continua a frente da CBF, a organizadora oficial da Copa 2014
e entidade responsável pela Seleção Brasileira de Futebol, cujo técnico,
atualmente, é Mano Menezes. Mano, que até o momento, não conseguiu resultados
expressivos no comando da “Seleção Canarinho”. Deixou de levar Neymar e Ganso
para a Copa América, mas levou Jadson, Kleberson e outros jogadores de
qualidade técnica inferior e menor expressão. Aliás, coincidência ou não,
jogadores que foram negociados pouco tempo depois, após ganharem notoriedade
por ter vestido a Amarelinha. Certamente, muitos empresários, agentes e outras
pessoas ficaram felizes com os negócios que foram concretizados!
Voltando a Copa 2014, semana passada estive no Rio de
Janeiro e me pareceu que as obras do Maracanã não estão dentro do prazo, pelo
contrário, estão bem atrasadas. Tive esta mesma impressão quando passei pelo
canteiro do Mineirão ao final do ano passado. Restando aproximadamente 20 meses
para entrega das obras, se eu fosse um dos responsáveis pelos projetos, estaria
um tanto quanto assustado. De qualquer forma, nada que um “investimento extra”
não resolva! Garantam seus ingressos, o Mundial 2014 vem por aí! Custe o que
custar!
Houve uma época em que as variáveis que constituíam um bom jogo
de bola eram formadas por craques, técnicos, torcidas lotando os estádios para
assistir a grandes espetáculos proporcionados por times que jogavam o “futebol
arte”. O resultado da “Correlação Linear” destas variáveis eram sempre positivo
e quem ganhava era o torcedor. Era um tempo em que para entender o futebol, precisávamos
apenas conhecer os jogadores, treinadores, esquema táticos, etc. Desta forma,
era possível palpitar sobre quem poderia vencer ou ser derrotado antes da
partida. Atualmente, precisamos primeiro entender quem perde e quem ganha antes
de o jogo começar, para opinar sobre o resultado das partidas, campeonatos e
julgamentos do STJD.
Gosto de futebol, do bom futebol, e espero (certamente de
forma inocente) que este contexto mude em breve. Poder, dinheiro e política são
parte do “show business” e sempre caminharão ao lado do futebol. O importante é
definir os limites éticos entre eles. É possível que todos saiam ganhando. O
que não pode acontecer é que os torcedores, ou melhor, os cidadãos, saiam
perdendo.
Um abraço,
Ottoni
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