quinta-feira, 29 de março de 2012

Preparo faz a diferença, a falta dele também.


Outro dia, estava assistindo o “Gazeta Esportiva” e, entre um bloco e outro, foi exibido um comercial cujo tema era sobre o titulo deste post (aliás, achei a produção excelente). Em resumo, a propaganda mostrava um dia de trabalho, em semáforos de uma grande cidade, na vida de duas pessoas. Um homem, fantasiado de palhaço, com vários equipamentos, e um garoto com 3 ou 4 bolas de tênis. Ambos, quando o semáforo fechava, faziam malabaris para tentar ganhar alguns trocados dos motoristas que aguardavam o sinal verde. O homem, com maior habilidade e mais preparo, realizou acrobacias complexas, elaboradas e arrecadou uma quantia muito superior à obtida pelo garoto, que executou movimentos simples e, por vezes, os errou.

Antes que alguém comece a imaginar que o foco do blog mudou, vou esclarecer porque fiz esta referência. Trazendo este exemplo para o “caso Oscar”, penso que, não importa o que aconteça daqui em diante, o estrago já foi feito. Oscar não voltará a jogar pelo São Paulo. Não há mais clima para ele no Morumbi. O jogador já declarou que não deseja defender o ex-clube novamente, ou seja, para ele, não existe motivação em vestir a camisa do Tricolor. Sendo assim, para evitar maiores desconfortos, é crucial que o São Paulo recupere definitivamente os direitos sobre o atleta e o negocie rapidamente. Sendo cético e, acima de tudo, critico, o maior beneficio que o Tricolor pode obter, após todos os acontecimentos, neste caso, é o financeiro.

Em tempo, independente de qual seja o desfecho, precisamos entender o que gerou todo este desgaste. Qual foi a causa raiz desta situação?  Creio que a resposta a esta pergunta é: preparo. Quando o Oscar entrou com a ação litigiosa contra o São Paulo, ele era um menino (na verdade, ainda é) influenciado pelo empresário cujo único objetivo era (na verdade, também, ainda é) financeiro. Obviamente, o Oscar não tinha e, certamente, até hoje, não tem, conhecimento jurídico suficiente para entender os riscos e os possíveis desdobramentos da ação que moveu contra o Tricolor. Neste momento, ele deve estar muito assustado. Porém, sem saber ao certo o que acontecerá com seu futuro.


Tudo isso, meus amigos, é resultado da falta de preparo, acompanhamento e orientação. No Brasil, a absoluta maioria dos jogadores que estão começando a carreira não recebem qualquer tipo de embasamento sobre temas importantes como, por exemplo, ética, direitos e deveres trabalhistas, possíveis escopos de contrato, administração financeira, como lidar com a fama, etc. Não estou dizendo que os boleiros devem ser especialistas neste assuntos. Porém, devem ter (cons)ciência sobre o mundo a sua volta e como suas ações podem impactar e influenciar este contexto. Sendo assim, é fundamental que os clubes e as famílias dos futuros Oscar, Lucas e Neymar, forneçam total respaldo a estes meninos. Contribuindo, não só para a formação de bons jogadores mas, também, para a formação de bons profissionais e, se possível, como era a filosofia do mestre Telê, com a formação de bons Homens.  Talvez, se estes cuidados tivessem sido tomados junto ao Oscar, todo este stress teria sido evitado. Afinal, “preparo faz a diferença, a falta dele também”.

Amplexos!

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