Outro dia, estava assistindo o “Gazeta Esportiva” e, entre
um bloco e outro, foi exibido um comercial cujo tema era sobre o titulo deste
post (aliás, achei a produção excelente). Em resumo, a propaganda mostrava um
dia de trabalho, em semáforos de uma grande cidade, na vida de duas pessoas. Um
homem, fantasiado de palhaço, com vários equipamentos, e um garoto com 3 ou 4
bolas de tênis. Ambos, quando o semáforo fechava, faziam malabaris para tentar
ganhar alguns trocados dos motoristas que aguardavam o sinal verde. O homem,
com maior habilidade e mais preparo, realizou acrobacias complexas, elaboradas
e arrecadou uma quantia muito superior à obtida pelo garoto, que executou
movimentos simples e, por vezes, os errou.
Antes que alguém comece a imaginar que o foco do blog mudou,
vou esclarecer porque fiz esta referência. Trazendo este exemplo para o “caso
Oscar”, penso que, não importa o que aconteça daqui em diante, o estrago já foi
feito. Oscar não voltará a jogar pelo São Paulo. Não há mais clima para ele no
Morumbi. O jogador já declarou que não deseja defender o ex-clube novamente, ou
seja, para ele, não existe motivação em vestir a camisa do Tricolor. Sendo
assim, para evitar maiores desconfortos, é crucial que o São Paulo recupere
definitivamente os direitos sobre o atleta e o negocie rapidamente. Sendo
cético e, acima de tudo, critico, o maior beneficio que o Tricolor pode obter,
após todos os acontecimentos, neste caso, é o financeiro.
Em tempo, independente de qual seja o desfecho, precisamos
entender o que gerou todo este desgaste. Qual foi a causa raiz desta
situação? Creio que a resposta a esta
pergunta é: preparo. Quando o Oscar entrou com a ação litigiosa contra o São
Paulo, ele era um menino (na verdade, ainda é) influenciado pelo empresário
cujo único objetivo era (na verdade, também, ainda é) financeiro. Obviamente, o
Oscar não tinha e, certamente, até hoje, não tem, conhecimento jurídico suficiente
para entender os riscos e os possíveis desdobramentos da ação que moveu contra
o Tricolor. Neste momento, ele deve estar muito assustado. Porém, sem saber ao
certo o que acontecerá com seu futuro.
Tudo isso, meus amigos, é resultado da falta de preparo,
acompanhamento e orientação. No Brasil, a absoluta maioria dos jogadores que
estão começando a carreira não recebem qualquer tipo de embasamento sobre temas
importantes como, por exemplo, ética, direitos e deveres trabalhistas, possíveis
escopos de contrato, administração financeira, como lidar com a fama, etc. Não
estou dizendo que os boleiros devem ser especialistas neste assuntos. Porém,
devem ter (cons)ciência sobre o mundo a sua volta e como suas ações podem
impactar e influenciar este contexto. Sendo assim, é fundamental que os clubes
e as famílias dos futuros Oscar, Lucas e Neymar, forneçam total respaldo a
estes meninos. Contribuindo, não só para a formação de bons jogadores mas,
também, para a formação de bons profissionais e, se possível, como era a
filosofia do mestre Telê, com a formação de bons Homens. Talvez, se estes cuidados tivessem sido tomados
junto ao Oscar, todo este stress teria sido evitado. Afinal, “preparo faz a
diferença, a falta dele também”.
Amplexos!
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